14 agosto 2010

F U G I T I V A



Fugitiva jamais serei. Aprendi a ler melhor o testamento de minha vida. A construir o esqueleto feminino como meu alicerce. Ossos fortes, flexíveis e cheios de charme. Sobre eles estendo a carne, despejo o sangue quente e estico a pele sedosa que se expande entre vestidos de seda. Meu ventre está ocupado de tolos desejos e alguns repletos de volúpia. Cada costela tem seu sentido e um deles é poder guardar o que tenho aqui, bem dentro de mim. E agora sei, vale ouro.
Fugitiva do amor não posso estar. Nem andar por estradas vazias sem olhar pelos lados ou quem sabe nos mares ou viajando pelo céu ou me preenchendo de fábulas quando leio livros encantadores.
Sobre os homens quero ter a certeza de que são possíveis ou impossíveis, de acordo com as minhas possibilidades de suportar. Se for um bom encontro, que eu curta na paz. Se for para me perturbar, deixo quieto e nada mais acontece. Eles são diferentes e com os corações objetivos não entendem nossas fragilidades, portanto não adianta competir. Cada esforço que tenho feito é para aprender a me defender. Não mais me ponho no “front” para ser atingida por flechas venenosas, afinal aprendi a ser a mulher que sabe como viver.
Em primeiro lugar está a minha autoestima. A saúde emocional que oferece o alicerce para não desistir do que começo. Tenho metas, planejo e a esperança, como se diz, é a ultima que morre. Mas aprendi a observá-la como a primeira que vive. Dessa maneira me proponho a escutar o que vem de dentro e fazer explodir coisas boas, o que deseja me destruir, pego o escudo de bronze gravado a diamantes – Vencedora - e não deixo que ultrapassem o limite do meu espaço.
Fugitiva fui. Toda mulher já teve seus dias assim. Olhos vendados para o que está na cara e se fazendo de boba e deixando de lado as conquistas. Pior é desfazer da alegria e viver com a tristeza a tiracolo como se fosse a nobre parceira.
Sabe, amiga?
Não tenha medo de enxergar a verdade. Dói mesmo, fazer o quê? Ela tinge a existência de transparências e as opções ficam mais claras. Se continuar a tocar a vida sem cuidados, dando a cara para bater e se esfolando toda de tantas feridas, não vai conseguir ficar em pé por muito tempo. O amor próprio é uma dádiva e não se deve deixar de lado esse potencial que se arrisca por nós e quer de todo jeito nos fazer felizes.
Não perca tempo se vingando de homens idiotas. Programe seus dias para conquistas. Pense bem: Este já me tirou horas de crescimento. Sabe como o tal ele age quando reage como desesperada? Vira o rosto e segue em frente, porque nem está aí para a vida do próximo, que dirá da próxima vitima ou anterior. Só quer o “bem bom’ e o que lhe dê satisfação.
Se está tentando investir o seu tesouro pessoal em pessoas que não são admiráveis, não perca tempo, vire a página. E quando der a curiosidade de investigar o passado, mexer no bolor que fede e só te faz mal, pense no que ainda tem pela frente, o futuro brilhante, capaz e que pertence a uma mulher impressionante. Simplesmente você. Isto não basta?
Não guarde no coração o que não se deve guardar, guarde amor, guarde paz e siga em frente, mulher.

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